A presidenta Dilma Rousseff não cometeu crime de responsabilidade. A grande maioria dos políticos que a julgaram são processados por crimes que lesam a sociedade, assim como são citados várias vezes por delatores da maior investigação contra corrupção da história do Brasil. A presidenta não foi citada uma única vez. Sim, há um golpe em curso no Brasil!Gravações divulgadas posteriormente à votação do impeachment no Congresso mostraram claramente uma articulação de políticos ligados à base do governo (traidores) e à base oposicionista de direita para um “um pacto nacional”, visando depor do poder a presidenta eleita democraticamente. Gravações que mostravam o próprio vice-presidente, em maquiavélico gesto de traição política, construindo a “solução Temer” para dar um golpe na presidenta e paralisar as investigações de corrupção envolvendo ele próprio e seus aliados.*As eleições de 2014 dividiram o país e, em maio de 2015 iniciou-se o processo de impeachment, que que culmina agora em agosto de 2016 com as forças políticas derrotadas nas urnas. Golpe consumado. Importante pontuar que especialistas, técnicos e o próprio judiciário admitem que não houve crime de responsabilidade fiscal, e que esse é um processo puramente político. Portanto um golpe explicitamente jurídico-midiático, um golpe branco que prescindiu das armas e do exército para afastar um presidente legitimamente eleito no meio do seu mandato. A legitimação e aceitação da maior parte dos governos internacionais em relação ao golpe coloca em desafio a noção de democracia e faz-nos perguntar que nova estruturação geopolítica começa a surgir. Já tivemos na América Latina o precedente do Paraguai, o precedente de Honduras e agora vemos essas perspectivas em um país com uma liderança regional e internacional maior como o Brasil. A questão atual que se coloca é: como estes golpes brancos, em que o Poder Judiciário e a grande mídia substituem a intervenção militar direta, podem reconfigurar o mundo num sentido ainda mais autoritário, conservador e excludente? Em um capitalismo cognitivo nada mais natural que a tomada do poder seja a força da percepção e da legalidade fictícia. Quais são os futuros da Democracia quando legitimada por um Poder Judiciário muitas vezes tendente à direita, às ideias conservadoras e antidemocráticas?  *https://theintercept.com/2016/05/23/novo-abalo-politico-no-brasil-e-hora-da-midia-comecar-a-dizer-golpe/

 


 


 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 


 

CONFIO 
Em Brasília, durante o processo de votação do impeachment da presidente Dilma Roussef, foi instalado um muro dividindo opositores. Esta divisória ficou conhecida como o Muro da Vergonha. A ação CONFIO, um telefone de copos com fio que ligava as duas partes com o muro no meio, propõe um diálogo entre as partes. O fio passa entre as placas do muro. Um copo amarelo, outro vermelho. Com Daniel Lima e Élida Lima.

 


RESOURCES
pdf KALTER PUTSCH web
pdf GOLPE BRANCO 21 WEB
pdf The White Coup 8