O Museu de Arte do Rio – MAR apresentou Zona de Poesia Árida, exposição que traça um panorama do intenso papel de ativismo assumido pela arte a partir dos anos 2000, com a participação de coletivos atuantes em São Paulo. Com curadoria de Daniel Lima e Túlio Tavares, a mostra reúne 55 trabalhos, entre vídeos, fotografias, gravuras, intervenções e performances produzidos nos últimos 10 anos dos grupos Frente 3 de Fevereiro, Bijari, Contrafilé, Nova Pasta, Esqueleto Coletivo, Cia Cachorra, A Revolução Não Será Televisionada, COBAIA, EIA, Política do Impossível, Ocupeacidade, Espaço Coringa, Catadores de Histórias, Mico, Dragão da Gravura e Elefante. De 27 de Janeiro a 31 de Maio de 2015.

existe nos trabalhos de ZonA de PoeSiA ÁridA a capacidade de espalhamento que é inerente ao campo da produção cultural coletiva. Há obras que, mesmo tendo sido produzidas no início do século, são cada vez mais atuais e se afirmam como referência nos campos da arte e do ativismo, a exemplo da sequência de bandeiras da Frente 3 de Fevereiro e seu questionamento sobre o racismo no futebol; ou ainda o Monumento à catraca invisível, do coletivo Contrafilé, em que o símbolo catraca – e sua tácita “descatracalização” – tem sido atualizado como um marco de luta. São obras de uma geração que viveu e criou junto uma trajetória, um repertório, um conjunto singular de ações numa das maiores metrópoles do mundo. Uma geração que esgarçou o espaço institucional até a vida pública, cruzando e sendo atravessada por movimentos sociais diversos. reúnem-se não apenas os trabalhos mais relevantes de parte dessa geração de coletivos artísticos paulistanos do início do século XXi, constrói-se também uma ZonA de PoeSiA ÁridA, que tem como topografia a cidade e suas fendas. daniel Lima e Túlio Tavares, curadores.