O DOCUMENTÁRIO. 14 de julho de 2005. Final da Taça Libertadores da América. São Paulo e Atlético Paranaense jogam a final que decidirá o melhor time de futebol das Américas. No estádio lotado, 75.000 pessoas assistem o jogo. Em suas casas milhões de espectadores olham a tela da TV. No meio da transmissão uma bandeira gigante começa a ser aberta pela torcida, uma frase se revela trazendo um estranhamento ao espetáculo televisivo: BRASIL NEGRO SALVE. Através desta ação enigmática - que segue numa série de três diferentes bandeiras – se apresenta o documentário do coletivo paulistano de pesquisa e ação artística, Frente 3 de Fevereiro. A partir desta e de outras estratégias de intervenção, o documentário ZUMBI SOMOS NÓS aborda a construção e destruição das questões raciais no Brasil, inscrevendo na vida cotidiana novas formas de olhar, pensar e agir. Como proposta formal, o documentário cria um diálogo afinado entre imagem e som, numa proposta de apresentação ao vivo do documentário. Construção musical que traz novas sonoridades urbanas e seu elo comos ritmos afro-descendentes. Um manifesto sonoro, constituido por uma espécie de bricolagem musical que une os tambores e seus ritmos ancestrais com a construção do Dj. Afro-Samples, Hip-Hop, Samba e Soul-Music brasileira, uma ode ao sincretismo sonoro, que coloca junto as canções de Aruanda com o ritmo e a poesia do Rap e Spoken Word. No palco os músicos da Frente 3 de Fevereiro, dividem a criação musical com os convidados (nome dos convidados) e com projeções gigantes das intervenções urbanas realizadas em diferentes situações que envolvem o racismo na sociedade brasileira. Pensadores brasileiros (nomes) colaboram com a base teórica. Zumbi Somos Nós, um documentário que apresenta os que procuram converter a violência em uma forma de resistência simbólica em prol da coletividade, reinventando as formas de covivência da nossa prática social.

O ÁLBUM MUSICAL. Apoiado pelo Edital de Co-patrocínio para Primeiras Obras 2007 e edital PAC da secretária do estado da cultura, a Frente 3 de Fevereiro lança seu primeiro álbum musical DIÁSPORA AFRONÉTICA, que mostrará seu trabalho de pesquisa e criação desenvolvido ao longo de quatro anos, com participações de Gaspar do Z’Africa Brasil, Cléverson, Dugueto Sabazz, Dinho Nascimento, Daniel Reverendo, Dofona, Nega Duda, Toninho Carrasqueira, Thiago Beatbox e outros.

O LIVRO. Zumbi Somos Nós: Cartografia do Racismo para o Jovem Urbano não é um tratado sobre o racismo no Brasil, ao contrário, é a tentativa de criar um dispositivo para o diálogo, através dos nossos caminhos, dúvidas e desejos. Zumbi Somos Nós apresenta um desenho de nosso itinerário, a organização de um olhar atento à experiência cotidiana, construído por diferentes camadas de leitura: nossas ações, manifestos poéticos, fragmentos de textos, entrevistas do grupo com teóricos, pesquisas de dados, matérias de jornais, etc. 

FRENTE 3 DE FEVEREIRO. A Frente 3 de Fevereiro é um grupo transdiciplinar de pesquisa e ação direta acerca do racismo na sociedade brasileira. Sua abordagem cria novas leituras e coloca em contexto dados que chegam à população de maneira fragmentada através dos meios de comunicação. As ações diretas criam novas formas de manifestação acerca de questões raciais. Para pensar e agir em uma realidade em constante transformação, permeada por transformações culturais de diversas escalas e sentidos, se fazem necessárias novas estratégias. A Frente 3 de Fevereiro associa o legado artístico de gerações que pensaram maneiras de interagir com o espaço urbano à histórica luta e resistência da cultura afro-brasileira. Achiles Luciano, André Montenegro, Cássio Martins, Cibele Lucena, Daniel Lima, Daniel Oliva, Eugênio Lima, Felipe Texeira, Felipe Brait, Fernando Alabê, Fernando Coster, Fernando Sato, João Nascimento, Julio Dojcsar, Maia Gongora, Marina Novaes, Maurinete Lima, Pedro Guimarães e Roberta Estrela D’Alva.


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